Num desses vários fóruns comuns na internet vi um debate sobre preço de serviços fotográficos. Claro, que a queixa maior era sobre fotógrafos eventuais que não precisam viver de fotografar. A crítica dizia que eles não valorizam esse trabalho e cobram qualquer coisa.
Sim e não.
Há 12 anos, organizei o Noritsu Expert Digital. E um dos temas era o fotógrafo profissional. O saudoso Carlos Dreher, então editor da Fhox, fazia a palestra.
No tema preço ele afirmava, com toda ênfase, que o fotógrafo não sabia cobrar, porque simplesmente não acreditava no preço que deveria ofertar. O próprio fotógrafo não comprava seu serviço. E Dreher explicava que o fotógrafo deveria entender que seu trabalho era único, feito sob encomenda e exclusivo. Além disso, ficava 10/12 horas à disposição dos noivos, por exemplo.
Ser desejado pelo cliente é uma arte. Um fotógrafo de ponta tem um mostruário adequado, com pessoas bonitas onde, por exemplo, a noiva se espelha. Não tem aquela sobrinha, muito querida, mas, desprovida de beleza. Tem um escritório limpo, tem boas referências. Isso ele tem que vender e mostrar. O fotógrafo eventual não tem isso. Ele só vai brigar pelo preço, um item nem sempre colocado nas primeiras posições para definir a preferência do cliente.
Sei que enfrentamos tempos bicudos. Mas, dá para ir além do preço. Fotografia não é commodity.