sábado, 8 de janeiro de 2011

Mais experiências com a saúde pública no Brasil

Sábado, 8 horas, recebo uma ligação de minha mãe dando conta que meu pai estava sentindo fortes dores nas costas em virtude de um tombo ocorrido há alguns dias atrás.
Meu pai não tem plano de saúde. Tem 85 anos e é, thanks God, saudável. Fiquei pensando onde levá-lo. Precisa de um lugar onde houvesse ortopedista. Onde temos um maiores ambulatórios do Brasil? No Hospital Heliopólis.
Peguei-o as 9h15m e nos dirigimos ao Heliopólis. Passamos pela Almirante Delamare, onde a sujeira é absurda. Metros antes da entrada do hospital, lixo espalhado pelas ruas. O cenário é horrível.
Fomos ao pronto-socorro. Deixei meu pai lá, pois precisa guardar o carro. Ele pegou uma ficha e foi encaminhado a um setor de triagem. Passados alguns minutos foi chamado. A médica disse que o caso era de ortopedia. Ok. Fomos ao setor. Lá duas dezenas de pessoas aguardavam atendimento. Perguntei a um enfermeiro se havia alguma ordem para o atendimento. Não, disse. E emendou: não tem ortopedista, não tem previsão de chegada. E disse mais: não sabia porque o pessoal estava mandando gente para lá. Calculei que não sairíamos de lá antes das 3 da tarde. Peguei meu pai e fui embora. E agora? Acabei indo para a AMA Flávio Giannotti da Prefeitura. Fica bem atrás do Museu do Ipiranga.
Rapidamente meu pai foi chamado (apenas 5 minutos na espera). Passou por uma clínica que pediu raios-x. Esperamos por cerca de 15 minutos e meu pai foi devidamente radiografado. Mais 10 minutos e a médica o atendeu. Viu que não havia fratura e ministrou a medicação. Passamos pela farmácia e pegamos os remédios, gratuitamente. Não tenho certeza se vai curar, mas, pelo menos foi atendido.
Conclusões: 1. o atendimento é variado, de péssimo no Heliopólis para bom na AMA; 2. o descaso dos médicos quanto aos seus horários é absurdo; 3. não temos necessidade de construir muito mais prédios. Precisamos conservar, reformar e equipar os existentes. Se os governos, nas suas três esferas, mudassem o discurso do atender interesses de empreiteros para administrar o que já existe, colocando mais gente nos hospitais, equipando com mais aparelhos de diagnóstico certamente a saúde pública melhoraria muito. Mas, aí como se paga as despesas de eleição?

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