A lista: para não morrer
A mania de se fazer listas já é bem antiga. Na internet há até um site especializado, http://lista10.org/
E a FHOX, em sua edição 133 fez a lista do melhor e pior de 2009 no ramo. Li com muita atenção e me deparei com uma ótima bússola a nortear nosso mercado.
Há um filme Antes de partir (2007), estrelado pelos excepcionais atores Morgan Freeman e Jack Nicholson, que mostra dois pacientes terminais de câncer que elaboram uma lista de coisas a fazer antes de morrerem. O filme é bom e vale a pena assistir.
O que tem a ver isso com aquilo? Nas várias análises feitas e nas recomendações dadas pela reportagem encarei como uma lista a fazer dos participantes do mercado antes de irem à débâcle.
Tomei a liberdade de fazer a minha versão, no entanto sem alterar o significado da matéria. Vamos a elas:
a) Loja de varejo ainda dependente de serviços de impressão tem sua vida cada vez mais difícil e com grandes chances de fechar. O modelo híbrido – loja-estúdio-reportagem é o caminho, além da revitalização do layout. E aumentar a oferta de fotopresentes. Some-se a isso a renovação do parque de máquinas (pg. 16 –FHOX 133). Bem a propósito, a mentalidade patrimonialista, típica da civilização ibérica, impede em parte esse processo. Muitos, acreditem, vêem a máquina como investimento, a dar frutos numa eventual venda. Assim varejo sem renovação=morte;
b) Laboratórios profissionais que usam mal os recursos dos equipamentos instalados e dedicam pouca atenção ao suporte aos seus clientes. Tem futuro? Não. Vão ficar reclamando daqueles malditos fotógrafos não pagadores. Laboratório sem investimento em mais serviços e suporte=morte;
c) Empresas de formaturas com a obrigação de rever seus métodos de venda, bem caracterizado como “empurrômetro”. Oferecer outros produtos também é outra lição de casa. E aumentar 1000% o respeito aos seus clientes que esperam seus álbuns serem entregues com um atraso absurdo. Formaturas sem novos processos de venda=morte;
d) Estúdios usando a velha técnica de vender por foto e com estrutura física deprimente, onde alguns cheiram a mofo= morte. Na parte de equipamentos, a Fotografar10 vai apresentar importantes novidades na oferta de photo books rápidos, verdadeira febre em Portugal por exemplo.
Sobre fotógrafos profissionais endosso a cartilha proposta pela reportagem da FHOX. Até porque não sou especialista nesse segmento. No que tange a redes sociais, reitero a importância delas, especialmente twitter e facebook. Eu acompanho vários fotógrafos pelo twitter e vejo um enorme avanço no uso dessas ferramentas.
A oferta de novos equipamentos com novos recursos será uma das marcas de 2010. Por isso essa excitação toda com a Fotografar10. Você verá já em abril um pacote de lançamentos, cuja tônica será a versatilidade.
Voltando ao filme: apesar do diagnóstico terrível e com prazo certo para morrer, Freeman e Nicholson foram viver intensamente os momentos finais, e descobriram uma forma de amar o próximo que desconheciam. Sabiam que iam morrer, mas não esmoreceram.
Você sabe que tem uma dura tarefa. Reinventar seu negócio é quase como enfrentar um tumor. Pense que pelo menos você tem uma chance de sobreviver, ao contrário daqueles dois. E isso sempre é um alento. E 2010 será um ano de recomeços. Vamos juntos nessa?
Edmundo Salgado
Março de 2010
FHOX, edição 134.
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